O ministro da Justiça, Flávio Dino, falou nesta quinta-feira (03.08) sobre as investigações em torno da operação 3FA, que resultou na detenção do hacker Walter Delgatti e em buscas realizadas na residência e no gabinete da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).
Questionado sobre a possibilidade de convocar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para depor no contexto deste inquérito. Dino enfatizou o princípio da imparcialidade na aplicação da lei, rejeitando qualquer forma de proteção ou perseguição, e esclareceu que "ex-presidente da república não tem nenhum tipo de imunidade".
A operação 3FA, deflagrada nesta quarta-feira (02.08) apura eventual participação da deputada Carla Zambelli em ataques cibernéticos contra o Judiciário, ampliando os episódios de cunho golpista no grupo que orbitava o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Diante dessa possível conspiração com o intuito de promover um golpe de estado e descredibilizar a justiça, o ministro da Justiça destacou o trabalho realizado pela Polícia Federal na investigação de episódios que representam uma ameaça à democracia e à Constituição, cumprindo diligentemente todas as ordens judiciais.
Dino também abordou a questão da possível prisão da deputada Carla Zambelli, destacando que o poder judiciário tem adotado cautela ao determinar a detenção de parlamentares, considerando essa medida como rara e excepcional. No entanto, ele reforçou a importância das investigações para responsabilizar todos os envolvidos nos ataques à democracia e à Constituição.
Diante desse cenário, Dino não descarta a possibilidade de convocar o ex-presidente para prestar depoimento no âmbito do inquérito que investiga a deputada. O Ministro reforça que o ex-chefe de estado não possui qualquer tipo de imunidade, e como já foi intimado e prestou depoimentos anteriormente, é provável que novas convocações ocorram à medida que o inquérito avança.
“O ex-presidente da república não tem nenhum tipo de imunidade, é importante lembrar isso porque às vezes pode vir a ideia de que haveria uma espécie de proteção ou perseguição. Não. As apurações são independentes e elas cumprem a lei. O ex-presidente da república já foi intimado várias vezes. Já prestou muitos depoimentos na polícia é claro que como os inquéritos estão avançando a tendência é que outros depoimentos venham. É algo que deriva da própria aplicação da lei”, finalizou Dino.
Leia Também: Bolsonaro perguntou se era possível invadir as urnas, diz hacker preso pela PF
Entre no grupo do Fatos de Brasília no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).