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Política Terça-feira, 01 de Agosto de 2023, 10:55 - A | A

Terça-feira, 01 de Agosto de 2023, 10h:55 - A | A

dados sigilosos

CPMI irá apurar vazamento sobre PIX de R$ 17 milhões para Bolsonaro; assessores e deputados estão na mira

Senador pediu que responsáveis por vazamento e servidores do Coaf sejam denunciados criminalmente

Lucione Nazareth/Fatos de Brasília

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro irá investigar o vazamento de informações sobre as transações financeiras entregues pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Na semana passada, a Folha de São Paulo divulgou que, conforme informações enviadas pelo Coaf à CPMI do 8 de janeiro, Bolsonaro recebeu R$ 17,2 milhões via transação por Pix nos seis primeiros meses deste ano. Entre os dias 1º de janeiro e 4 de julho, foram cerca de 769 mil transações que totalizaram R$ 17.196.005,80. No mesmo período, o ex-presidente movimentou R$ 18.498.532.

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Na sessão desta terça (1º), o senador Magno Malta (PL-ES) apresentou requerimento pedindo anulação dos documentos enviados pelo Coaf sob alegação de que o senador Jorge Kajuru (PSB) protocolou pedido de informações na CPMI sobre movimentações do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, e não do ex-presidente.

Além disso, o parlamentar alegou que o período solicitado foi de 01 de novembro de 2022 a 31 de maio de 2023, contudo juntamente com dados de Mauro Cid o Conselho enviou vários documentos de transações financeiras, entre elas de PIX, relacionada a Jair Bolsonaro e da sua esposa Michelle Bolsonaro. O Coaf teria enviado ainda documentos relacionados de 01 de janeiro a 04 de julho de 2023.

Ao final, pediu instauração de procedimento administrativo para se chegar ao vazamento das informações sigilosas iniciado por listagem de todos os parlamentares e respectivos assessores que acessaram os documentos antes da circulação pela imprensa no dia de 27 de julho. A apresentação de Notícias Criminal contra as pessoas responsáveis pelo relatório do Coaf e pelo vazamento dos dados; desentranhamento de todo o documento que extrapolou o pedido do senador Jorge Kajuru, restringindo o seu acesso e não utilização por parte da CPMI.

Na sessão, o deputado federal Rogério Correia (PT-MG), vice-líder do Governo Lula na Câmara dos Deputados, alegou que o Coaf quando recebe relatórios dos bancos apenas faz o papel de repassar as informações às quem a solicitou, não tendo obrigação de fazer qualquer triagem. Em relação aos dados de Bolsonaro, o parlamentar afirmou que o ex-presidente consta como “procurador” de Mauro Cid, e por este fato, os dados bancários de Jair constaram no relatório.

A relatora da CPMI, Eliziane Gama, falou sobre o vazamento das informações à imprensa. “Quando eu li a matéria no Jornal O Globo fiquei extremamente triste, porque existe uma coisa que prejudica as investigações são vazamentos de informações. Eles impedem que avancemos nas investigações”, declarou a parlamentar.

O presidente da Comissão, deputado Arthur Maia (União-BA), disse que irá analisar a questão do extrapolamento das informações enviadas pelo Coaf.

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