O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) divulgou um relatório mostrando que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu quase R$ 17,2 milhões por meio de transações via Pix durante os primeiros seis meses de 2023. Essa intensa movimentação de dinheiro foi atribuída às "vaquinhas" (financiamentos coletivos) realizadas nas redes sociais para pagar multas relacionadas ao não uso de máscaras durante a pandemia.
De acordo com as informações do jornal Folha de S.Paulo, Bolsonaro teve mais de 769 mil transações via Pix entre 1º de janeiro e 4 de julho, totalizando R$ 17.196.005,80. No período, ele movimentou um total de R$ 18.498.532.
No início do ano, a chave Pix do ex-presidente foi divulgada por ex-ministros e parlamentares do PL nas redes sociais para impulsionar as campanhas de arrecadação. Nesse mesmo mês, a Justiça de São Paulo bloqueou R$ 87 mil nas contas de Bolsonaro devido ao não pagamento de multas aplicadas durante a pandemia.
O relatório do Coaf também aponta que os principais doadores são empresários do agronegócio (com R$ 20 mil), um dono de uma empresa da construção civil (com R$ 10 mil) e um escritor (com R$ 10 mil).
Além disso, o Pix registrou uma transação de R$ 3,6 mil para Walderice Santos da Conceição, conhecida como Wal do Açaí, que foi apontada pelo Ministério Público Federal (MPF) como funcionária fantasma durante o período em que Bolsonaro foi deputado federal.
Entre os beneficiários dos recursos, estão a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que recebeu um total de R$ 56.073 em 10 lançamentos, e uma lotérica, cujos sócios são um irmão e um sobrinho de Bolsonaro, que recebeu um total de R$ 14.268 em 17 transferências.
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