O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), podem ser convocados a depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos golpistas de 8 de janeiro no Congresso Nacional. A informação é da relatora da Comissão, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), em entrevista à Folha de S.Paulo publicada nesta quarta-feira (31.05).
Eliziane disse ao jornal que o foco da investigação é saber o que de fato aconteceu entre as eleições de outubro de 2022 e a invasão aos Três Poderes, como os atos na diplomação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Há possibilidade de ele [Jair Bolsonaro] vir. Isso é um fato. De novo, pode ser também que não venha. Nós temos 180 dias. Então eu acho que, nesses dois primeiros meses, é importante tomar pé da situação. O que você tem. E depois partir [...] Se tiver que fazer uma ação mais ostensiva, sim. Se tiver que chamá-lo, nós vamos chamar. Até porque é absolutamente possível disso acontecer, né?”, disse a senadora.
A parlamentar revelou que pretende investigar a responsabilização do Governo do Distrito Federal, e que para isso há possibilidade de convocar o ex-ministro Anderson Torres [que na época dos fatos ocupava cargo de secretário de Segurança Pública do Distrito Federal], que foi preso logo após os atentados, e até mesmo o governador Ibaneis Rocha - que chegou a ser afastado.
"Você tem aí um orçamento de R$ 10 bilhões do Fundo Constitucional só para isso. Então a gente precisa levantar isso aí. E a gente vai focar no financiamento, que é um ponto muito importante. [Anderson Torres] é um nome que também será ouvido. Até pela função dele. Naturalmente será ouvido. Até acredito que será logo. [...] No caso do governador do DF há uma possibilidade de fato, né? Há algumas definições em nível de Supremo, mas ele é investigado, o governador de Brasília. Tem uma diferença”, declarou a relatora.
Ainda na entrevista, Eliziane Gama disse que militares do alto escalão também serão convocados a depor na CPMI, porém, não soube antecipar nomes ou cargos dos futuros alvos.
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