Em discurso realizado nesta segunda-feira (09.06), no Plenário do Senado, o senador Confúcio Moura (MDB-RO) fez um apelo por uma nova política de segurança pública nacional. A fala foi motivada pela morte do jovem Herus Guimarães Mendes, 24 anos, durante uma ação policial no Rio de Janeiro. O senador classificou a crise da segurança como “nacional, estrutural e profunda”, e cobrou respostas do Congresso.
“Eu venho a esta tribuna como senador, como homem público, mas, sobretudo, como pai”, disse. “O Brasil está sangrando. Cada dia traz uma nova tragédia. Famílias carregam um medo silencioso.”
Confúcio defendeu a criação de uma política pública coordenada, com quatro eixos centrais: valorização e qualificação das polícias, combate estruturado às facções e milícias com uso de inteligência e integração entre os estados, prevenção da violência por meio de educação, cultura e esporte, e defesa dos direitos humanos.
“A segurança pública não é apenas repressão. É escuta, é respeito, é cuidado com a vida”, afirmou o senador. Ele criticou a falta de integração entre os estados e a ausência de um sistema nacional unificado de informações sobre criminalidade e sistema prisional. “O Brasil age como se fosse um arquipélago, com estados isolados.”
O senador também citou a proposta de política nacional de segurança pública do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, em tramitação no Congresso. Ele pediu que a matéria avance com prioridade e seja amplamente debatida, inclusive com especialistas. “A situação é dramática. A população está aflita, amedrontada e não sabe a quem recorrer”, disse.
Em seu discurso, o parlamentar comparou o número de mortes violentas no Brasil com zonas de guerra. “São cerca de 60 mil homicídios por ano. Somando ao trânsito e outras causas, chegamos a 100 mil. Nem a guerra na Ucrânia ou o conflito em Gaza mataram tantos.”
Ao encerrar, Confúcio deixou uma mensagem à família de Herus. “Transmito minha solidariedade. A dor dessa mãe, desse pai, não pode ser ignorada. Que o Congresso acorde e reaja. Não podemos mais normalizar o inaceitável.”
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