A ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cerimônia em homenagem aos ex-combatentes brasileiros da Segunda Guerra Mundial, no Rio de Janeiro, e sua ida à Rússia para participar do desfile de 9 de maio, gerou duras críticas no Senado nesta quinta-feira (8). Parlamentares acusaram o presidente de ignorar a história nacional e de colocar o Brasil em um “alinhamento temerário” com regimes autocráticos.
O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice-presidente da República, classificou a viagem como “despropositada” e alertou que a presença de Lula ao lado de “autocratas assassinos” compromete a imagem do país no cenário internacional.
“Virar as costas à vitória do Brasil, historicamente celebrada no dia 8 de maio, para ir comemorar a da Rússia no dia 9, tomar por milicos os pracinhas e expor o país a riscos com decisões impensadas não são os piores esquecimentos do nosso Presidente”, afirmou Mourão. “Quando se posicionar ao lado da plêiade de ditadores na Praça Vermelha, o Presidente, com certeza, terá esquecido qual país ele representa”.
A senadora Tereza Cristina (PP-MS) também se manifestou, dizendo que o chefe do Executivo perdeu a oportunidade de homenagear os brasileiros que lutaram pela democracia no século passado. “Hoje é dia realmente de enaltecer todos aqueles que lutaram, mas em especial os nossos brasileiros, os nossos pracinhas. Um país que não homenageia seus marcos históricos é um país que dificilmente saberá preservar o futuro. Era importante que o presidente estivesse no Brasil neste momento”.
A parlamentar questionou ainda os custos políticos e diplomáticos da aproximação com a Rússia. “Está lá na Rússia numa missão, e não sei o que vem, qual vai ser o almoço que vamos ter que pagar, porque não tem almoço de graça”, ironizou.
Na mesma linha, o presidente da sessão, senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), fez um adendo ao debate e ponderou que a participação da União Soviética na vitória sobre o nazismo também deve ser reconhecida, especialmente na Batalha de Stalingrado. No entanto, ele reforçou que é legítimo criticar a ausência de Lula no Brasil no dia 8 de maio.
“A Rússia teve um papel decisivo na contenção das forças nazifascistas, mas isso não exime a responsabilidade simbólica que o presidente brasileiro tem com seus próprios heróis nacionais”, disse.
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