Deputados federais voltaram a criticar nesta quarta-feira (07.05), durante sessão da Câmara, a situação do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), marcada por atrasos na análise de benefícios e denúncias de desorganização administrativa. Parlamentares da oposição e da base governista cobraram providências imediatas e sugeriram a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar eventuais irregularidades no sistema previdenciário.
A proposta foi defendida após diversos relatos sobre o tempo de espera para concessão de aposentadorias e outros benefícios assistenciais. Conforme dados atualizados pelo próprio INSS, cerca de 1,6 milhão de pedidos aguardavam análise em abril de 2025, e quase 600 mil deles estavam fora do prazo legal de 45 dias estabelecido pela legislação.
O deputado Bibo Nunes (PL-RS) foi um dos que propôs a CPMI. “O que está acontecendo com o INSS é criminoso. Estamos diante de um apagão administrativo, enquanto milhões de brasileiros aguardam meses para receber o que é seu por direito”, afirmou em plenário.
Além das longas filas, parlamentares apontaram a existência de um “rombo” nas contas da Previdência. Embora o governo negue inconsistências nas finanças do INSS, deputados como Capitão Alberto Neto (PL-AM) e General Girão (PL-RN) defenderam a abertura de uma investigação conjunta entre Câmara e Senado para verificar indícios de fraudes, pagamentos indevidos e problemas estruturais na autarquia.
A base do governo, por sua vez, reconheceu os gargalos, mas ressaltou que medidas já estão sendo tomadas. O deputado José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, afirmou que o novo concurso público autorizado pelo Ministério da Gestão e o uso de inteligência artificial no cruzamento de dados devem acelerar as análises. “Estamos modernizando o sistema, mas não se corrige anos de precarização em poucos meses”, disse.
Atualmente, os principais gargalos estão concentrados nos pedidos de aposentadoria por tempo de contribuição, benefício de prestação continuada (BPC) e pensão por morte. Técnicos do INSS apontam falta de pessoal e falhas no sistema de digitalização como causas principais.
Para que a CPMI seja instalada, é necessário o apoio de pelo menos 171 deputados e 27 senadores. Até o momento, o requerimento ainda não foi protocolado formalmente.
Entre no grupo do Fatos de Brasília no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).