A Cozinha Solidária São Marcos, criada em 2021, na periferia de Campinas, São Paulo, durante a crise sanitária da Covid-19, se tornou referência no combate à fome e na promoção da dignidade humana. A iniciativa, liderada pelo padre Antônio Rodrigues Alves, da Paróquia São Marcos, recebeu em 2022 uma mensagem de reconhecimento e incentivo do próprio Papa Francisco.
O projeto nasceu da urgência em garantir alimento a famílias em situação de vulnerabilidade, especialmente no entorno do Acampamento Marielle Vive, e rapidamente superou expectativas. De uma meta inicial de 200 refeições diárias, chegou a servir 700 marmitas no auge da pandemia. Hoje, mantém a distribuição de cerca de 550 refeições balanceadas, de segunda a quarta-feira, com apoio do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS).
A estrutura da Cozinha Solidária vai além da alimentação. O espaço também promove oficinas, formação social, geração de renda e ações sustentáveis. Um dos princípios adotados, por exemplo, é a substituição de embalagens descartáveis por materiais reutilizáveis. “Já servimos mais de 250 mil refeições. Imagine se cada uma delas tivesse vindo em marmitex de isopor?”, reflete o padre Antônio.
A mensagem enviada pelo Papa Francisco, em vídeo, emocionou a comunidade. “Continue trabalhando, cuidando dos mais vulneráveis, dos mais negligenciados. Eu rezo por você”, disse o pontífice, dirigindo-se ao padre e à paróquia. O gesto reforçou a dimensão humanitária e espiritual da ação, inspirada na Economia de Francisco e Clara, movimento que defende uma economia voltada para a vida, não para o lucro.
Voluntários como Conceição, natural do Maranhão, e Vanderlei Avelino, moradores do acampamento, são personagens centrais no cotidiano da cozinha. Ambos encontraram no projeto não apenas um espaço de serviço, mas também de pertencimento e transformação pessoal.
A Cozinha Solidária São Marcos é hoje um símbolo de resistência à fome e à exclusão. Mais do que um prato de comida, oferece afeto, respeito e oportunidades — e mostra que, com solidariedade e organização comunitária, é possível transformar realidades. Como diz Maria Madalena, frequentadora do projeto há três anos: “Aqui, além da comida boa, a gente encontra acolhimento.”(Com gov.br)
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