A edição 2025 do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) mostra que 42,8% dos municípios brasileiros ainda registram baixo desenvolvimento socioeconômico. O levantamento, que analisou dados de 2023 em 5.550 cidades, abrangendo 99,96% da população brasileira, revela um Brasil de contrastes, onde o progresso avança lentamente e de forma desigual entre regiões e portes populacionais.
Embora a média nacional do IFDM tenha alcançado 0,6067 pontos, entrando na faixa de desenvolvimento moderado, apenas 4,6% dos municípios atingiram nível alto de desenvolvimento, enquanto 4,5% ainda se encontram em situação crítica. O estudo indica que 57 milhões de pessoas vivem em cidades com desenvolvimento baixo ou crítico.
O IFDM é composto por três vertentes: Educação, Saúde e Emprego & Renda. A Educação apresentou o maior avanço entre 2013 e 2023, com crescimento de 52,1%, passando de 0,4166 para 0,6335 pontos. A Saúde subiu 29,8%, chegando a 0,6002 pontos, enquanto Emprego & Renda teve alta de 12,1%, atingindo 0,5864.
O estudo também aponta que os municípios com pior desempenho levariam, no ritmo atual, mais de duas décadas para alcançar o nível médio de desenvolvimento das cidades mais avançadas. A distância entre os extremos é ilustrada por dados como a presença de médicos (2,9 por mil habitantes nas cidades mais desenvolvidas contra 0,4 nas críticas) e a oferta de creches (53,7% contra 26,5%).
Capitais como Curitiba (PR), São Paulo (SP) e Vitória (ES) lideram o ranking geral do IFDM, enquanto Macapá (AP) é a única capital na faixa de desenvolvimento baixo. Águas de São Pedro (SP) ficou em primeiro lugar nacional, com 0,8932 pontos. Já Ipixuna (AM), última colocada, registrou 0,1485.
Regionalmente, Sudeste, Sul e Centro-Oeste concentram 99,2% dos 500 municípios com os maiores índices. No Norte e no Nordeste, que reúnem 40% das cidades do país, estão 96% dos 500 piores resultados, com destaque negativo para Pará, Amazonas e Maranhão.
Entre os Estados com melhores desempenhos populacionais estão São Paulo, Santa Catarina e Paraná, onde mais de 98% da população vive em municípios com desenvolvimento alto ou moderado. Na outra ponta, todos os habitantes do Amapá residem em cidades com desenvolvimento baixo ou crítico.
Apesar dos avanços registrados, a Firjan conclui que o país ainda enfrenta sérios desafios para reduzir as desigualdades territoriais e promover desenvolvimento mais equilibrado, especialmente nas áreas de saúde e mercado de trabalho.
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